quarta-feira, 28 de maio de 2008



Um dia sonhei…
Sonhei que era mais do que via,
Olhei o espelho e renunciei a mim mesma.
Toquei-me e senti que não me conhecia.
‘Que corpo é este que me prende a alma’ perguntei
Questão á qual não obtive resposta.
Então sentei-me, e procurei dentro da minha essência.
‘Ali encontrarei a resposta’ pensei
Tudo o que encontrei foi uma porta.
Cuidadosamente entrei…
Apenas se via breu e numa janela fechada uma brecha de luz entrava…
Habituei os olhos á luz… e ai distingui as formas…
Mobiliário antigo amontoava-se por todo o quarto,
Retratos antigos empoeirados enchiam o mogno das estantes.
Rostos desconhecidos posavam para as fotos, com fatiotas elegantes.
Mas nada disso me dizia respeito.
Continuei… e caído no chão encontrei um pequeno retrato.
Eras Tu…. Um simples tu
Ai o coração apertou-se.
Então percebi…
Como poderia perceber-me se enchia a cabeça com preocupações absurdas
Com pessoas indiferentes
E punha de lado a minha certidão de liberdade, a minha verdade, a outra metade de mim.
Tu…

terça-feira, 29 de abril de 2008

sábado, 12 de janeiro de 2008


Frustração…
Cada mentira tua põe-me doente,
Teces teias de palavras erroneamente proferidas,
Nesse teu discurso incoerente

Enganos devidamente calculados,
Provocas naquela medida só tua.
Encurralas as vitimas nos teus sonetos melódicos,
Sentes-lhes a dor, e sorris…

Ai como sorris com esse teu sorriso
Irresistivelmente Saboroso
De quem aprecia a presa…
Qual predador esfomeado,
Ganhas terreno e confiança.
Esperas o momento certo para atacar.
Consciente da tua situação privilegiada

Ataca…
Já te sinto sugares-me a vida,
Não aguento a espera pelo impiedoso golpe
Seria melhor acabar com isto de vez.
Encurralada sinto a frustração,
De quem adormeceu na ilusão
E acordou na realidade
Como deixei que me torturasses desta maneira?!
Agora não consigo sair deste sonho…

Termina a tarefa,
Facilitar-te-ei o trabalho.
Prometo.
Sê rápido.
Afinal não foi para isso que vieste?!
Mas não me peças para curvar a cabeça,
Porque as árvores morrem de pé...

Sentimentos

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Sentei, olhei e reflecti…
Vi no vazio de uma vida sórdida,
De desvios de rota,
De encontros, desencontros,
Um amontoado cheio de boas recordações.

Memórias…
Nada mais que imagens soltas,
De um passado que mesmo que distante,
Continua próximo…

Melodias vividas de histórias contadas junto das lareiras,
Por avós velhinhas enroladas em mantas,
Gravuras de cores das festas que se davam lá em casa,
Dos Natais cheios de Verde e do vermelho tão típico,
Até aos coloridos amarelos laranjas e azuis das pratas dos ovos da Páscoa.
E tudo era uma roda viva
Cheia de alegria e harmonia…

Recordações apenas…

E dos tempos em que riamos juntos,
Escola fora, sem preocupações a não ser,
O que faríamos no instante a seguir.
As saídas, As loucuras cometidas.
As conversas cravejadas a gargalhadas vociferantes,
Os lamentos tristes dos amores desentendidos.
Viver na corda bamba, entre o Ser de Hoje e o Ser de amanhã.

Enfim… Memórias
Recordações de um passado tão presente num futuro próximo,
E de uma Realidade presente que futuramente está para vir, providenciada pelo que já passou.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007


Foge comigo deste mundo…
Atravessa comigo a grande barreira do infinito.
Vamos ser imortais os dois.
Respiremos os mesmos ares celestes no nosso paraíso terreno.

Apressa-te
Quero partir já…
Para não ter saudades do que larguei…
Deixar toda a solidão para trás.
Não fui talhada para despedidas…

Quero deixar-me ir…
Para lentamente repousar na nossa fortaleza.
Criaremos uma nova vida só tu e eu.
Quero sonhar...
Deixar de pensar….
Porque não apenas sentir?!
Quero voar contigo onde nunca ninguém voou.
Quero juntar as nossas almas com um nó cego…
Não me quero desatar de ti.

Quero ser tu e que tu sejas eu.
Vamos deixar o singular…
Anseio pelo plural…
Vamos ser mais que amigos…
Vamos romper com a critica,
Deixar de lado as opiniões dos outros…
Sermos nós mesmos.

Acredita em mim….
Sente cada palavra que escrevo,
Olha-me nos olhos…
Sente a nostalgia
Vês como é possível?!

sábado, 8 de dezembro de 2007

Desespero…
Desespero desesperando pelos desesperos dos desesperados,
Desesperos desesperadamente desesperados…
Sentidos numa só voz que ecoa
Na sala funda da exasperada consciência
Que assiste à dormência,
Dos sentidos estilhaçados no chão.
Qual carvão, que resta
Do lume acedo crepitante
Sentido único de vida,
Único pedaço excitante,
Silêncio silenciado,
Eleva a sua voz em cada labareda,
gritante mudo a cada crepitar do lume.
A força resigna o ramo à indecência,
Do fogo que lhe queima a carne.
Inspirando os óxidos da eterna solidão
Que espera,
Que inspirando expira, e
Desesperando desespera,
O desespero dos desesperados é o que sobrevive
É tudo o que nos resta...